Uma grande

Sachi Cunningham é um dos poucos fotógrafos que fotografa surfistas em Mavericks enquanto nadam. “Você não quer tirar as mesmas fotos que todos os outros no barco”, disse ela.

O fotógrafo de surf Sachi Cunningham em Ocean Beach em São Francisco. Crédito...Christie Hemm Klok para The New York Times

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Por Bonnie Tsui

Quando uma onda de fortes ondas de inverno é prevista em Mavericks, o icônico ponto de surf de ondas grandes a 40 quilômetros ao sul de São Francisco, Sachi Cunningham normalmente acorda na escuridão da madrugada, vestindo sua roupa de mergulho e preparando seu equipamento fotográfico.

Cunningham, um fotógrafo oceânico, está em Pillar Point Harbor, em Half Moon Bay, quando o primeiro raio de sol chega. A energia nervosa é palpável quando os jet skis e os pequenos barcos ganham vida, e os surfistas e suas equipes cavalgam até o pico, a oitocentos metros da costa. Cunningham conhece todos os rostos; ela costuma pegar carona com a surfista de ondas grandes Bianca Valenti, que ela fotografa há uma década.

Um por um, os surfistas mergulham na água gelada com suas pranchas. Cunningham os segue e nada na escalação. Seus movimentos são tão fluidos - mesmo segurando uma câmera à prova d'água de 9 quilos - que ela ganhou o apelido de Seal Pup, concedido por seu amigo Lance Harriman, um surfista local de longa data.

Para compreender os desafios do trabalho, imagine nadar numa máquina de lavar cósmica cheia de perigos mortais: água gelada, tubarões, correntes, numerosos corpos em pranchas de surf de 3 metros a competir para apanhar ondas que podem crescer até 15 metros. Enquanto os surfistas decolam no pico da onda, Cunningham espera e observa ao redor da zona de impacto, segurando o tempo suficiente para conseguir a foto e consciente da janela que se fecha rapidamente, ela tem que nadar fundo e rápido o suficiente para escapar das centenas de toneladas. de água caindo em sua cabeça. Muitas vezes ela é a única fotógrafa nadando na água do Mavericks, mulher ou não.

“Você não quer tirar as mesmas fotos que todos os outros no barco”, disse Cunningham. “É por isso que nado – ou pelo menos um dos motivos.”

Desde 2014, ela trabalha em um documentário sobre os surfistas de ondas grandes Valenti, Keala Kennelly, Andrea Möller e Paige Alms e sua luta pela igualdade no esporte. Falamos recentemente sobre os obstáculos que permanecem para as mulheres na escalação, até mesmo para Cunningham, como fotógrafa e cineasta veterana que cobre esses atletas.

Esta conversa foi editada levemente para maior clareza e extensão.

Como você começou a capturar surfistas tentando conquistar essas montanhas de água?

Quando eu era adolescente, vi um documentário sobre Aaron Chang, que fez parte dessa onda pioneira de fotógrafos aquáticos. Anos mais tarde, eu estava morando no Japão depois da faculdade e economizei US$ 6 mil para comprar uma câmera de filme com caixa à prova d’água personalizada. Fui para uma ilha no sul do Japão onde havia uma pequena comunidade de surfistas de Tóquio e Osaka. Assim que entrei na água com aquela câmera, pensei: “Oh, sou eu. É aqui que eu deveria estar.”

Fiz pós-graduação na Universidade da Califórnia, Berkeley, para fazer documentários, e trabalhei com cinema em Los Angeles e internacionalmente para a PBS Frontline fazendo documentários. Durante esse tempo, continuei voltando aos oceanos ao redor do mundo, aprendendo cada vez mais sobre como me comportar em condições difíceis.

Voltei para São Francisco para lecionar jornalismo multimídia na Universidade Estadual de São Francisco em 2012 e tive minha filha, Nami (que significa onda em japonês). Pouco depois, conheci Bianca durante a temporada de ondas grandes em Ocean Beach e comecei a nadar com ela.

No primeiro dia de grandes ondas de inverno em Ocean Beach nesta temporada, atirei em Bianca com um barril incrível. É uma prova de que trabalhamos juntos e do nosso relacionamento de 10 anos fazendo isso. É uma dança que você faz. O surfista é seu parceiro de dança.

Você tem uma teoria sobre o que torna os surfistas de ondas grandes diferentes de todos os outros.